“Quando o pequeno Hans se põe a nos revelar pouco a pouco suas fantasias, que vemos na nossa perspectiva (…) ? No momento em que a sombra do cavalo aparece acima do pequeno Hans, este entra pouco a pouco num cenário que se ordena, se organiza, se edifica em torno de si, mas que o captura muito mais que ele o desenvolve. O que impressiona é o aspecto articulado com que tal delírio assume seu desenvolvimento.
Digo o delírio – é quase como um lapso, pois o que está em questão não tem nada a ver com uma psicose, mas o termo não deixa de ser apropriado.”
J. Lacan, O Seminário, livro IV, A relação de objeto, Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1995, p. 297